terça-feira, fevereiro 01, 2011

O Reencontro Inesperado e tão Desejado!!! (Parte 2)


Miguel, um rapaz calmo, com seus 30 anos bem vividos, tinha um olhar penetrante e um sorriso de canto de enlouquecer qualquer alma feminina. Inteligente, reservado, você deve estar pensando como a tal “garota misteriosa” resistiu a tudo isso, também me fiz a mesma pergunta.
E ela nesse momento estava sozinha olhando pela janela e pensando, conversando sozinha.
-(suspiros) Tudo o que eu não precisava era me apaixonar, e por um cara que acabei de conhecer, mas aquele sorriso, como queria vê-lo novamente, mas amar de novo não, não, não. Eu definitivamente não preciso de outro amor, sei cuidar de mim, e gosto de ser só.
(Alguns minutos em silêncio contemplando as estrelas).
-Está uma noite tão linda, vou dar uma volta, refrescar a alma, talvez assim aquiete o coração.
Então ela acende um cigarro, pega uma lata de cerveja e segue correndo pelas escadas. Ela não sabia ter calma, era tudo no impulso, expulsava o pensar e seguia simplesmente. Era o único momento verdadeiramente dela, onde era feliz. Aquela inocência de criança travessa.  Atravessa a rua girando, chega ao parque que ficava ali, bem em frente, ao cortar a avenida agressiva de pessoas estressadas demais para curtir a passagem, as flores, curtir o ar, respirar vida.
E no meio desses carros, quem passava era Miguel, que sempre se deliciava naquela miragem, quando vê a “moça misteriosa” do café, estaciona o carro e tenta segui - lá, mas ela já havia desaparecido.
-Como ela consegue  surgir diante dos olhos e num instante sumir, sem deixar rastros, é a miragem mais real, e como sonho, como desejo ser atropelado por essa garota de novo, queria decifrar todo mistério que carrega em sua face, e sentir seu pequeno sorriso naqueles lábios macios. (Dizia essas palavras baixinho, enquanto recordava o momento em que a segurou pela cintura e conseguiu por segundos olhar em seus olhos).
Miguel resolveu caminhar, estava uma noite linda, e o vento parecia consolar com um frio envolvente. Assim, bem baixinho escuta barulhos de galhos quebrando, embrenhou-se no meio das árvores, e não muito longe avistou uma silhueta feminina. Seus olhos brilharam e o coração disparou, sentiu um alvoroço no estômago. Ele foi se aproximando, tentando não fazer barulho. Quando chegou bem perto parou e ficou só a observando encostada numa árvore com os olhos fechado, como se busca-se sentir algo, como se tentasse esquecer. Ou apenas sonhar. Miguel tremeu, queria tocar aqueles lábios, queria aperta-lhe junto ao teu corpo, queria saber seu nome, pois sua alma estava ali exposta. Num segundo a expressão da moça muda, ela abre os olhos se vira e encontra o olhar de Miguel, ela tenta fugir, se levantar, mas ele fixou seu olhar no dela e sentou do seu lado, sorriu e disse:
-Enfim te encontrei, fiquei meses te procurando, no outro dia fui em todos os comércios e residências daquele bairro na esperança de lhe encontrar, mas ninguém a conhecia, me desesperei, pois você me ocultou tudo sobre essa moça linda que atravessou minha vida e deixou marcas profundas, e mesmo não a conhecendo, sinto uma atração tão forte, um querer, uma insanidade. Sei que é loucura...
Ela apóia no chão para se levantar interrompendo Miguel.
-Você só pode ser louco mesmo (sorri), se declarar assim pra alguém que nem passou em sua vida, apenas o atropelou em um momento de fuga...
(Ficou em silêncio por um tempo e continuou).
-Porque estou te explicando isso?! (sorri balançando a cabeça e olha para cima) Você é um estranho, não deveria nem ter aceitado tomar aquele café com você, me deixe ir, tenho pressa.
Miguel a segura pelo braço, a olha por um instante, abriu a boca como se fosse falar algo, olhou para uma coruja que espiava tudo como se buscasse coragem, olhou a garota bem nos olhos e a beijou. Seus corpos tremiam, logo a moça se rende e cai nos braços de Miguel que a segura firme, apertando-a contra o seu corpo. O desejo de ambos ficou exposto, não tinha como negar. Ele a pega no colo, a deita entre as folhas secas, em meio a afagos, gemidos e sussurros, se entregam ao desejo. Eles adormecem admirando a lua, sem dizer nada, ainda estavam extasiados e acabam adormecendo ali mesmo. Quando Miguel acorda a “moça misteriosa” já havia partido  junto com a brisa da madrugada, mas levou consigo o perfume de Miguel agarrado em suas roupas. E aquela sensação de sorriso frouxo, de talvez sim que não. Ali ela deixava sua ausência, mas levava a presença daquele homem que a amou e aprisionou sua alma com meia declaração que ela mesma interrompeu. Colocou uma flor em suas mãos e sussurrou, sempre terá uma flor em minha janela, se por acaso você me encontrar. Assim entre as folhas secas e borboletas desnorteadas com tantas flores ela sumiu, se desmanchou na paisagem.
Ela se foi sem dizer o nome, mas deixou um caderno com uma folha seca dentro marcando uma página ao lado de Miguel. 


(Continua...) 
Taty N.S.

3 comentários:

Shuzy disse...

Que delícia de história!

(*=

Continue logo... hehe

Anônimo disse...

Taty, esse conto está cada vez mais lindooo, eu to adoro o tempero quente que vc dá na hitória! Ansiosa pela continuação *----*

Bjosss;**

Rafael Roberto disse...

O desenrolar do conto está muito interessante. E os personagens conseguem penetrar em nossa mente fazendo-nos vivenciar cada linha escrita por Taty. Parabéns pelo conto, vou continuar lendo e opinando. Estou ansioso pela publicação e sou patrocinador desta idéia! Parabéns!