quarta-feira, setembro 15, 2010

Amores que não Vingam




E tudo que se fez foi o silêncio...
Uma bruma leve me carregou pelos campos floridos e me deixou planando nos meus sonhos mais uma vez!!!
Como sobrevivente, antes de deitar-me, assisto diversas vezes o momento exato dos amores que não vingaram... E permanece uma certeza: sempre foram dois e não um... Podiam ser do mesmo mundo, mas não ao mesmo sonho.
Dos amores que não vingaram ficou um nó na garganta do que poderia ter sido e não foi... Pode ter sido destino, fatalismo ou junção cósmica, lenda, mito, atrito...  Essa aproximação meio que por magia, porque não tem outra explicação, só se for macumba, maldição...
E talvez até fosse um vão da realidade, um que se diz que nada fez! E, no entanto, no momento entre o suspiro e o sorriso deixei escapar tudo... Por um milímetro criterioso, deixei meio que por descuido sair esse “ai”, que de tudo não foi lamento...
Vago por entre planícies de uma memória, presa em um rosto, um sorriso capturado numa fotografia antiga e tão atual, quantas vezes contemplei seus detalhes corroídos pela historia... O delírio envolto num suspiro saiu batendo entre paredes e janelas e voltou feito bumerangue no meu peito me amarrando ao teu...
Tua lembrança ficou imortalizada naquele olhar. Este olhar que marcou, fez tatuagem cristalina, plantou sua semente que não floresceu, foi regada por minhas lágrimas, mas ficou lá no peito, encolhida cicatrizando, não quis se expôr ao mundo...
Por medo de ser deixada de lado ou trocada... Não sei...
Este amor que não vingou que não fez diferença, só se fez ausência... Divago olho no espelho e o que vejo? Uma menina forçando um sorriso enquanto desvia o olhar da luz... Viajo em teu olhar e ao longe vejo um “adeus”, o resto ainda é futuro.
Como dizem os poetas, o amor acaba às vezes nem começa... E a lembrança doe como uma ferida, mas cicatriza igual, talvez com certa lentidão... Mas a dor, adormece. E este mesmo sorriso que me encantou pode estar encantando outro alguém, e quem sabe este alguém não o encante! Consiga o que não consegui...
Então o que me resta? Lamentar, lembrar... Viver... Não consigo descrever, é tudo muito vasto e confuso, resta apenas encerrar o assunto.


Taty N.S.

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